22 setembro 2006

 

gordinhos e gordões

Tava eu lá no ônibus, como não havia nenhum banco livre, estava em pé, até que era melhor assim, pois dessa forma o vento batia diretamente em meu rosto e me refrescava naquele dia tão quente.
Lá pelo meio do itinerário do ônibus, em frente a um colégio, o ônibus parou no semáforo para a criançada atravessar a rua, eis que um mulequinho gordinho, que vestia o uniforme da escola, tinha entre 10 e 12 anos, tem a ousadia de mexer comigo:

"Hei! Seu paranista porco!"

O safado ofendeu a mim e ao time que torço e do qual eu usava um boné.
A mulecada em volta riu, as menininhas olhavam-no com adimiração, e os menininhos com respeito, mas eu não podria deixar as coisas assim:

"E você!?Um gordinho que parece um porco! Rosado e gordo!"

Acabou-se naquele momento o respeito e adimiração que ele havia conquistado. O ônibus pode seguir seu caminho, enquanto o gordinho tentava boquejar alguma coisa, e seus colequinhas riam e chacoteavam-no, acredito que "porquinho" passou a ser o apelido do gordinho desde então.
Ouvir as crianças rindo fez eu sentir que havia feito o correto, então um rapaz, que estava em pé ao meu lado no ônibus, me chama a atenção e pergunta:

"Pow cara! Praque chamar o garoto de gordinho?"


Eu:
"- Chamá-lo de feladaputa seria ofensivo demais."

Virei-me, mas o rapaz me chamou a atenção novamente:
"Tá errado! Tu deve saber como cranças são ruins, os coleguinhas daquele menino vão tirar sarro por muito tempo, ele pode ficar com problemas psicológicos por isso!"

"não aguenta não mexe!cada um com seus problemas!"
Respondi eu, cansado daquela conversinha de veado.

Mas então o rapaz enfureceu-se e disse:
"Pois é, agora tenho um problema com você" me chama de gordinho!"


Cansado daquela porra toda, decidi acabar com aquele papinho:
"Não posso te chamar de gordinho...tu é MUUUUUUUUITO gordo! tu é GORDÃO! tu é um gordo enorme!"

Após minha resposta, o rapaz fechou os punhos, fez biquinho e se armou para me dar um soco, antes que ele projetasse o braço para frente em direção ao meu rosto, levei minha mão a tetinha esquerda do rapaz (sabe gordo de teta?então), dei um beliscão, torci aquela teta, caída, peluda, eu conseguia sentir aquela coisa nojenta mesmo através da camiseta, continuei torcendo, e fui baixando até deixá-lo de quatro:

"Agora ta feliz!?
Tu ta como se parece! Um porco, um porcão, o maior porco do mundo, gordão nojento!
Por isso que eu não gosto de gordinhos!
Se aproveitam dessa banha toda para querer bater em fracotes feito eu, agora acho que tu aprendeu alição, te soltarei, mas não enche mais o saco!"

Soltei-o, e ele novamente fechou os punhos, mas dessa vez ele levou as mãos ao rosto e passou a chorar, coisa feia, chegou a bater os pezinhos no chão e tudo, no ponto seguinte desceu correndo envergonhado.
Pude seguir tranquilo então, com a certeza de que fiz o correto.
Cheguei em casa e fiz minhas coisas de sempre.
Já no final da noite, deitei para dormir e comecei a analisar meu dia, comecei a pensar no que fiz com aqueles gordinhos, coitados, talvez sofram por não fazerem parte do padrão estético que o mundo impõem, talvez sejam gordinhos por problemas emocionais, ou hormonais, sei lá, mas nada disso conseguia fazer eu parar de rir ao lembrar daqueles gordos escrotos.
Foi a minha vez de me vingar de quem um dia já me intimidou por eu ser um nanico raquítico.
Se alguém pudesse me ver dormindo aquele noite, acredito que não entenderia como eu sorria dormindo.

# posted by <$BlogCommentAuthor$> : <$BlogCommentDateTime$>
<$BlogCommentDeleteIcon$>




<< Home |

This page is powered by Blogger. Isn't yours?